As ações da Marcopolo (POMO4), que acumularam perdas desde a divulgação dos resultados do 3º trimestre no final de outubro, subiram forte nesta terça-feira (18), ainda que longe das máximas do dia, impulsionadas pelo anúncio de uma significativa distribuição de proventos. A companhia comunicou o pagamento de R$ 0,78 por ação, o que resulta em um rendimento (yield) implícito de aproximadamente 11%. Os papéis POMO4 fecharam em alta de 3,56%, a R$ 7,28; na máxima, do dia, os papéis foram a R$ 7,47.
O time de análise da XP considera o anúncio positivo por diversos motivos. Segundo a corretora, a confortável posição financeira da empresa permite a continuidade dos pagamentos futuros. A Marcopolo deverá encerrar 2025 com uma posição de caixa líquida de R$ 330 milhões, ou dívida líquida de R$ 400 milhões, se o dividendo de hoje for incluído, o que implicaria em uma relação dívida líquida/EBITDA de aproximadamente 0,3 a 0,4 vez.
Para a XP, a distribuição sinaliza que a Marcopolo poderá distribuir um dividendo acima de sua política mínima de aproximadamente 50% e reforça a ausência de grandes mudanças na alocação de capital no horizonte.
Em termos de avaliação, a XP destaca que a recente queda nas ações oferece um ponto de entrada atraente em Marcopolo, em meio a um posicionamento potencialmente mais leve e níveis de avaliação convincentes, com rendimento de dividendos de aproximadamente 9% e P/L (Preço sobre Lucro) de aproximadamente 6,0 vezes para 2026.
O Bradesco BBI também destaca que a distribuição anunciada representa um rendimento de 11,1% com base no preço de fechamento de ontem. Como destacado anteriormente, o banco acredita que os dividendos mais altos podem impulsionar as ações da empresa.
Historicamente, o índice de distribuição de dividendos da Marcopolo tem girado em torno de 50%, mas com o anúncio de hoje, sobe para 118%, segundo estimativas do BBI. Para referência, no 3º trimestre de 2025, a relação dívida líquida/EBITDA da empresa era de 0,05 vezes.
Já o BTG Pactual classifica a distribuição como uma surpresa positiva, uma vez que excede o padrão histórico de payout da empresa e confirma que os dividendos continuarão sendo o principal pilar de sustentação da tese de investimento.




