A China suspendeu as importações de aves e produtos avícolas da Argentina a partir de 20 de agosto, apenas cinco meses após ter encerrado uma proibição de dois anos. O aviso de suspensão, divulgado no site da alfândega chinesa, não detalhou o motivo nem a duração da medida.
A decisão da China ocorre em meio a um novo surto de gripe aviária altamente patogênica (GAAP) em uma granja de postura em Los Toldos, província de Buenos Aires, na Argentina. Em resposta, as autoridades argentinas implementaram medidas sanitárias imediatas, incluindo uma zona de controle de 3 km e uma zona de vigilância de 7 km, além do abate das aves afetadas.
A China também já havia proibido a importação de aves do Brasil desde maio e da Espanha neste mês devido a surtos de gripe aviária nesses países.
Analistas como Pan Chenjun, do Rabobank, afirmam que a suspensão da China pode ajudar a sustentar os preços de alguns produtos avícolas, mas o impacto geral provavelmente será limitado devido ao excedente atual de carne de aves no mercado chinês.
A Argentina notificará a Organização Mundial da Saúde Animal (WOAH) e suspenderá temporariamente as exportações para países que exigem o status oficial de livre de GAAP. A China é o principal comprador da Argentina, com 38% das exportações. Se não houver novos surtos em fazendas comerciais nos próximos 28 dias, a Argentina poderá se autodeclarar livre da doença e recuperar seu status sanitário.
O setor avícola argentino exportou 12.400 toneladas no primeiro semestre deste ano, com a China sendo o principal destino. Este novo surto comercial ocorre apenas seis dias após o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (SENASA) confirmar um caso de GAAP em aves domésticas em Arrecifes, também na província de Buenos Aires, embora detecções em quintais não afetem o status oficial de livre da doença ou restrinjam o comércio internacional.
Referência: Reuters/Poultry World/ CNN




